Implementar CI/CD para bancos é um desafio complexo, que exige equilibrar agilidade, segurança e conformidade. A automação dos processos de software é crucial, mas a aprovação e a validação rigorosas são indispensáveis no setor bancário. Este guia explora as melhores práticas para criar um pipeline de CI/CD eficiente, que atenda às demandas específicas dessa indústria, garantindo entregas rápidas e seguras sem comprometer a qualidade.
Entendendo o Desafio
O setor bancário opera sob regulamentações estritas, padrões de segurança rigorosos e políticas internas complexas. O grande desafio é encontrar um equilíbrio entre a velocidade de entrega e a necessidade de controles de segurança e qualidade. Automatizar o máximo possível, minimizando aprovações desnecessárias, sem comprometer a conformidade, a segurança e a qualidade, é o objetivo principal.
Para atender a essas demandas, é fundamental adotar uma abordagem estruturada e bem definida para o processo de CI/CD. Isso envolve a integração de ferramentas e práticas que garantam a segurança em cada etapa do pipeline, desde o desenvolvimento até a implantação e o monitoramento contínuo.
Além disso, a colaboração entre as equipes de desenvolvimento, segurança e operações é essencial para garantir que todos os requisitos sejam atendidos e que o processo seja eficiente e eficaz. A implementação de uma cultura DevOps, que promove a comunicação e a colaboração entre essas equipes, pode ser fundamental para o sucesso do processo de CI/CD.
Um Processo de CI/CD para Bancos
A seguir, apresentamos um passo a passo do processo de CI/CD, adaptado para as necessidades específicas de uma instituição bancária:
1. Desenvolvimento
O primeiro passo é criar um ambiente de desenvolvimento unificado e seguro, que permita aos desenvolvedores trabalhar de forma eficiente e colaborativa. Algumas práticas recomendadas incluem:
- Utilizar um sistema de gerenciamento de código unificado, como o GitLab, como central para os processos de CI/CD.
- Garantir que todos os commits dos desenvolvedores sejam assinados com certificados digitais, garantindo a autoria e a imutabilidade.
- Integrar análises de segurança automatizadas nos pipelines de CI:
- Escanear código e dependências em busca de vulnerabilidades (SAST, DAST, escaneamento de dependências).
- Verificar a SBOM (Software Bill of Materials) em busca de licenças proibidas e dependências vulneráveis.
- Tornar essas etapas informativas durante o desenvolvimento e bloqueadoras ao fazer o merge para a main branch.
- Aproveitar os workflows de aprovação de Merge Request:
- Implementar o princípio dos “quatro olhos”, exigindo que pelo menos um colega aprove os MRs.
- Adicionar verificações automatizadas para qualidade de código, linting e testes unitários com limites mínimos de cobertura.
2. Build
A fase de build é crucial para garantir que o código seja compilado e testado de forma adequada antes de ser implantado. Algumas práticas importantes incluem:
- Usar um repositório de artefatos centralizado (ex: Nexus ou Artifactory) com zonas de responsabilidade claras:
- Repositórios compartilhados para proxies públicos com controle de acesso e auditoria.
- Repositórios específicos para cada equipe com acesso restrito com base em papéis.
- Assinar digitalmente os artefatos e a SBOM durante a fase de build para garantir a imutabilidade e a rastreabilidade.
- Padronizar o pipeline de CI para incluir:
- Testes unitários, de integração e smoke tests.
- Análise de cobertura de código com limites mínimos.
- Análise estática de código e verificações de qualidade.
- Escanear contêineres e dependências em busca de vulnerabilidades.
- Versionamento automático (semver) e geração de changelog vinculados a sistemas de gerenciamento de tarefas (ex: Jira).
- Separar contêineres de build e deploy:
- Minimizar os contêineres de deploy para reduzir a superfície de ataque.
- Re-escanear regularmente os artefatos do repositório em busca de vulnerabilidades recém-descobertas.
3. Deploy
A implantação do código em ambientes de teste e produção requer cuidados especiais, especialmente no setor bancário. É fundamental diferenciar as abordagens para cada tipo de ambiente:
- Diferenciar abordagens para ambientes de teste e produção:
- Ambientes de teste devem priorizar velocidade e verificações informativas.
- Ambientes de produção devem passar por todos os quality gates e verificações de segurança.
- Grandes mudanças e modificações na infraestrutura exigem aprovação:
- Envolver as equipes de arquitetura e segurança para garantir a conformidade e a consistência.
- Automatizar aprovações com assinaturas digitais e validações nos pipelines de CI.
- Registrar e rastrear mudanças usando Change Management (ITSM):
- Para CRQs (Change Requests) manuais, incluir:
- Componente e versão.
- Changelog das mudanças.
- Procedimentos de atualização, verificação e rollback.
- Resultados dos testes.
- Tempo programado e impacto em outros sistemas.
- Habilitar o registro automático de CRQ (autoCRQ) sob condições específicas:
- Sem impacto na continuidade do serviço ou em outros componentes.
- Testes automatizados concluídos com sucesso.
- Avaliação de risco realizada dentro da equipe.
- Em caso de incidentes causados por autoCRQ, suspender temporariamente o acesso até que o problema seja resolvido.
- Para CRQs (Change Requests) manuais, incluir:
- Usar estratégias de implantação modernas:
- Canary deployments, Blue-Green deployments e Feature Toggles.
- Monitorar SLI/SLO e métricas de negócio durante a implantação, com rollbacks automáticos se o desempenho se degradar.
4. Monitoramento e Rastreamento
O monitoramento contínuo é essencial para garantir a estabilidade e a segurança do sistema. Algumas práticas recomendadas incluem:
- Atualizar automaticamente o sistema de IT Asset Management (CMDB):
- Rastrear todas as mudanças, configurações e versões.
- Construir uma árvore de serviço-recurso desde os processos de negócio até os componentes da infraestrutura.
- Suportar auditorias e relatórios regulatórios.
- Manter uma Status Page interna unificada para transparência e resposta rápida:
- Exibir o estado atual e o SLA/SLI dos sistemas de TI.
- Monitorar a saúde dos processos de negócio críticos.
- Integrar com sistemas de monitoramento e alerta (ex: Prometheus, Grafana, Zabbix).
5. Ajustes e Padronização
A padronização dos processos é fundamental para garantir a consistência e a conformidade. Algumas práticas recomendadas incluem:
- Usar geradores e templates para pipelines do GitLab, Helm charts e manifestos do Kubernetes:
- Desenvolvedores fornecem uma descrição declarativa da aplicação (manifesto da aplicação).
- Gerar automaticamente os artefatos necessários, incluindo contêineres de deploy e código de infraestrutura.
- Essa abordagem padroniza os processos, minimiza erros e garante a conformidade com requisitos de segurança e regulatórios.
- Auditar e revisar regularmente os processos para melhoria contínua:
- Realizar retrospectivas após grandes lançamentos e incidentes.
- Coletar e analisar métricas de entrega (ex: métricas DORA, Lead Time, Deployment Frequency).
Considerações Finais
Implementar um processo de CI/CD eficaz em um banco é um desafio complexo, mas crucial para garantir a agilidade, a segurança e a conformidade. As práticas e ferramentas mencionadas são baseadas em experiências reais e nas melhores práticas dos domínios DevOps e ITSM. No entanto, é importante lembrar que cada organização é única e pode exigir adaptações específicas para atender às suas necessidades e desafios individuais.
É importante monitorar SLI/SLO e métricas de negócio durante a implantação, com rollbacks automáticos se o desempenho se degradar, para garantir a segurança. Além disso, atualizar automaticamente o sistema de IT Asset Management (CMDB), rastreando todas as mudanças, configurações e versões, é essencial para manter a organização e o controle sobre os ativos de TI.
Por fim, a colaboração e a comunicação entre as equipes de desenvolvimento, segurança e operações são fundamentais para o sucesso do processo de CI/CD. A implementação de uma cultura DevOps, que promove a colaboração e a responsabilidade compartilhada, pode ser a chave para desbloquear todo o potencial do CI/CD em um ambiente bancário.
Este conteúdo foi auxiliado por Inteligência Artificial, mas escrito e revisado por um humano.
Via Dev.to